Enviado por Fernando Torres, Guilherme Amado e Paulo Carvalho -
21.4.2010
8h20m
21.4.2010
8h20m
ACORDO ENTRE CRIMINOSOS
Coelho do São Carlos negocia Mineira com facção do Complexo do Alemão
Interceptações feitas pela polícia, desde a última quinta-feira, revelam que o domínio do tráfico de drogas no Morro da Mineira, no Catumbi, foi o motivo que levou o chefe do São Carlos, no Estácio, até o Complexo do Alemão para negociar com bandidos rivais.
No sábado, Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, teria chegado até a enha após rodar cerca de 15 km pela Zona Norte, escoltado por cinco carros ocupados por comparsas armados.
Segundo fontes da polícia, as conversas mostram que a facção do Complexo do Alemão estaria disposta a ter de volta o Morro da Mineira, local que este grupo dominou durante anos e que foi palco de guerras sangrentas contra os traficantes do restante do Complexo de São Carlos.
O diálogo interceptado está em códigos e os policiais não conseguiram descobrir se o acordo seria para devolver a Mineira aos bandidos do Alemão ou um pacto de não agressão entre as facções, que não sofreriam baixas e ficariam mais fortalecidas para resistirem à expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
O diálogo teria começado por intermédio de Isaías Costa Ribeiro, o Isaías do Borel, que pertence ao mesmo bando que domina o Alemão.
Ele está preso em Catanduvas, no Paraná, mas quando ficou no Rio de Janeiro para participar de uma audiência no Tribunal de Justiça, de 5 a 8 de março, teria feito uma carta e enviado ao Morro da Mineira, dominado por Coelho, sugerindo que não houvesse disputa entre as favelas da região central da cidade e da Tijuca: São Carlos, Mineira, Zinco, Querosene, Coroa, Fallet, Fogueiteiro, Turano, Salgueiro, Formiga, Casa Branca, Borel e Andaraí.
A carta teria sido copiada e colada em alguns pontos das comunidades, como o campo e a quadra onde acontecem os bailes funk da Mineira.
Durante a formatura de novos 1.020 soldados da PM, ontem, no Maracanãzinho, o secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame disse não temer o possível acordo entre as facções.
— Não vejo dificuldade ou qualquer problema nisso.
O Estado tem o poder de polícia e a força para impor a sua vontade.
O projeto de UPP está feito, estabelecido — afirmou Beltrame.
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