GOLPE NOS IDOSOS . . . C U I D A D O !

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VAMOS BUSCAR !

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ISP - INFORMA:




ESTATÍSTICA OFICIAL DO INSTITUTO DE SEGURANÇA PÚBLICA







MORTES VIOLENTAS






AUTO DE RESISTÊNCIA


2007 - 1.330


2008 - 1.137


2009 (Janeiro-Setembro) - 805


TOTAL (Janeiro 2007-Setembro 2009) - 3.272






HOMICÍDIO DOLOSO


2007 - 6.133


2008 - 5.717


2009 (Janeiro-Setembro) - 4.460


TOTAL (Janeiro 2007-Setembro 2009) - 16.310






POLICIAIS MORTOS


2007 - 32


2008 - 26


2009 (Janeiro-Setembro) - 26


TOTAL (Janeiro 2007-Setembro 2009) - 84






LATROCÍNIO


2007 - 192


2008 - 235


2009 (Janeiro-Setembro) - 162


TOTAL (Janeiro 2007-Setembro 2009) - 589






TOTAL DE MORTES VIOLENTAS (JANEIRO 2007 - SETEMBRO 2009) - 20.255





BRASIL S/A . . . RUMO A 2016

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PRECISAMOS APRENDER MUITO COM OS NOSSOS PARENTES !


O comovente luto dos macacos






// Postado por Pedro Koblitz


Uma chimpanzé chamada Dorothy faleceu devido a problemas cardíacos em uma reserva florestal na República de Camarões. Enquanto tratadores a colocavam em um carrinho de mão, os outros chimpanzés assistiam desolados em silêncio. Essa é mais uma evidência de que, ao contrário do que se pensa, animais como esses podem sentir emoções complexas como a perda de um ente querido. O que era descartado como uma hipótese ingênua, hoje ganha força a medida que ocorre um mapeamento de redes sociais repletas de conexões em grupos de animais como chimpanzés e bonobos.

Em outro caso similar, o professor Marc Bekoff da Universidade do Colorado, analisou o comportamento de pombos. Após a morte de um companheiro, dois pássaros da mesma espécie voaram até um gramado e coletaram pequenas folhas que foram então postas ao lado do corpo do pássaro.

Outra reação que já foi registrada diversas vezes é a dos elefantes. Quando morre um integrante da manada, os outros elefantes pairam em torno de seu corpo por dias, o que especialistas estão começando a enxergar como luto.



RIO VIOLENTO: DINHEIRO SOBRA . . . MAS FALTA COMPETÊNCIA DOS GOVERNANTES !




COLUNA







Anna Ramalho






Pois é














Enquanto isso, o coordenador do Programa de Reaparelhamento da Marinha, contra-almirante Antonio Carlos Frade Carneiro, informa que, em 20 anos, serão aplicados US$ 90 bilhões na compra de navios, submarinos e helicópteros.






- Isso tem tudo a ver com o pré-sal. Quem tem uma fortuna precisa ficar de olho nela - explicou, anteontem, no Rio.





O LEGADO DO PAN 2007, IMAGINE 2016 . . .

Desperdício








Aparelhos federais para detectar armas e drogas se deterioram em galpão da PRF


Publicada em 28/10/2009 às 23h36m


O Globo






RIO - O presidente Lula disse nesta quarta-feira, durante visita à Vila Olímpica da Mangueira, que é difícil combater a violência. Essa tarefa, no entanto, poderia ser mais fácil se os órgãos de segurança do Rio pudessem contar com as 55 esteiras de raios X e os quatro portais com scanners gigantes que estão se deteriorando há mais de dois anos, encaixotados num galpão na sede da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Via Dutra, em Irajá. Os equipamentos de última geração - capazes de detectar armas e drogas em caminhões, ônibus e carros nas estradas - foram comprados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por cerca de R$ 90 milhões, para serem usados durante o Pan de 2007. O Ministério da Justiça reagiu com surpresa e indignação diante da denúncia, e o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, ordenou a abertura de sindicância para apurar responsabilidades.


No galpão, que alaga quando chove, as esteiras (avaliadas em R$ 1,2 milhão cada) e os pórticos (cerca de R$ 6 milhões a unidade) ainda estão dentro de caixas e cobertos por plásticos. Além desses esquipamentos - que têm similares já usados pela Receita Federal -, material de primeiros socorros também apodrece numa ambulância no depósito da PRF.


De acordo com agentes da Polícia Rodoviária, um portal de raios X ou uma esteira numa blitz poderiam revelar se caminhões, ônibus e outros veículos estão transportando drogas e armas, mesmo que camufladas. Essas operações, segundo eles, poderiam ser montadas na BR-101, na BR-040 (Rio-Juiz de Fora) ou na Via Dutra. A sensibilidade dos equipamentos permite detectar metais e substâncias orgânicas. A diferença entre os aparelhos é que, no caso do portal, o veículo passa por ele; já a esteira é para verificação de bagagem.






O QUE FAZER QUANDO A VACA ESTÁ NO BREJO ?

Enviado por Berenice Seara - 29.10.2009

1h01m
EXTRA


PM prepara nova ocupação do Complexo do Alemão. Será saudosismo?






A secretaria de Segurança Pública prepara uma nova e pirotécnica ocupação do Complexo do Alemão. A idéia inicial era dar a partida nas ações ontem, mas o projeto foi adiado por causa de mais uma visita do presidente Lula à cidade.






As péssimas línguas dizem que o secretário José Mariano Beltrame está com saudades dos tempos em que era aplaudido quando entrava nos restaurantes da Zona Sul. E isso aconteceu justamente durante a ocupação das favelas da Zona Norte.





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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PESSOAL, MINHA IRMÃ É CANDIDATA EM 2010


BRASIL S/A . . . RUMO A 2016

MUDANÇAS NA LEI PENAL




Pacote para mudar a lei penal







CNJ propõe controle por pulseiras eletrônicas e estabilidade no emprego para presos






Carolina Brígido














O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou ontem um pacote de projetos de lei que enviará ao Congresso Nacional propondo a modernização da legislação penal. Um dos projetos dá ao preso a chance de trocar o regime aberto pela prisão domiciliar, se concordar em ser submetido a monitoramento eletrônico. Hoje, quem cumpre o regime aberto tem o direito de trabalhar fora do sistema prisional durante o dia, mas passa as noites em casas de albergados. Para o CNJ, a instituição dos albergues contribui para o aumento da criminalidade.






"O cumprimento de pena em regime aberto, com recolhimento noturno a casa de albergado (...), não tem se mostrado medida eficaz, ademais de alimentar a criminalidade. O ideal, nesses casos, é que o regime aberto seja cumprido mediante recolhimento domiciliar, com a fiscalização por meio de monitoramento eletrônico", diz estudo do CNJ que embasou as propostas. O conselho não define o tipo de monitoramento, mas cita como possibilidades a tornozeleira, a pulseira e o colar. E deixa claro: "A alternativa dependerá, sempre, da vontade do acusado ou condenado".






Ao todo, quatro projetos de lei serão encaminhados ao Congresso. Há também três resoluções internas do CNJ e uma sugestão de mudança de resolução do Tribunal Superior Eleitoral. As propostas deverão ser votadas no CNJ em 5 de novembro. Até o dia 4, juízes criminais de todo o país poderão sugerir outras mudanças nas leis. O presidente do CNJ, Gilmar Mendes, que também preside o Supremo Tribunal Federal, defendeu a participação de outros setores na discussão:






- É fundamental que pensemos numa articulação com o Ministério Público e os órgãos de segurança em geral. Creio que não haverá nenhuma dificuldade com relação a isso.














Empresas teriam incentivo fiscal






O pacote ainda prevê a possibilidade de suspensão de processos cujos crimes praticados tenham pena máxima de dois anos. E amplia o direito dos presos, com a previsão do pagamento de pelo menos um salário mínimo a quem trabalha. Além disso, o preso terá estabilidade de três anos no emprego, só podendo ser demitido por justa causa. A empresa que empregar presos e ex-presos terá incentivos fiscais, ainda não definidos. Outra medida obriga o TSE a instalar seções de votação em instituições com mais de cem detentos provisórios, para que participem de eleições.






O CNJ também está preocupado com ameaças a juízes criminais. Um projeto permite que bens do crime organizado sejam confiscados e vendidos, e criado um fundo para reforçar a segurança de magistrados. "Passaram a ser registrados, com frequência cada vez maior e preocupante, casos de ameaças a juízes que exercem suas atribuições nas varas criminais, sem embargo da morte de alguns magistrados. Embora haja lei que confere ampla proteção não apenas às vítimas e testemunhas como aos próprios acusados, não há nada nesse sentido em relação a juízes", diz o CNJ.






O conselho também quer disponibilizar o sistema de videoconferência para depoimentos em todo o país. Além disso, sugere acabar com a obrigatoriedade de degravação de todos os depoimentos. Eles seriam arquivados por meio audiovisual para não atrasar a tramitação dos processos.






- A magistratura não tem setor de degravação. Para cada minuto gravado, são dez minutos degravando. O meio audiovisual serve para acelerar o processo. Degravação não é fácil - disse o conselheiro Walter Nunes, relator das propostas.






Outra medida é a obrigatoriedade do juiz enviar por meio eletrônico cópia de determinações de prisão para o Ministério Público.






















As principais propostas do CNJ














MONITORAMENTO ELETRÔNICO EM CASA






Um dos projetos dá ao preso a chance de trocar o regime aberto pela prisão domiciliar, se ele concordar em ser submetido ao sistema de monitoramento eletrônico. Com isso, em vez de trabalhar durante o dia e passar as noites em casa de albergados, ele poderia ir para a própria casa.














PERDÃO PARA CRIMES MENORES






Um projeto de lei prevê que, na denúncia, o Ministério Público deverá propor a suspensão do processo se o acusado responder por crime com pena mínima de até um ano. Se o MP considerar que não é o caso, deverá fazer exposição de motivos por escrito.














PERDÃO PARA CRIMES MENORES 2






Para crimes com pena mínima de até dois anos, a denúncia pode conter proposta de suspensão do processo, desde que o acusado não responda a outra ação ou tenha sido condenado por crime intencional antes.














EXPULSÃO DE ESTRANGEIROS






O mesmo projeto prevê que, se um criminoso estrangeiro for condenado no Brasil, o juiz poderá decidir pela expulsão dele do país.














ATENUANTE PARA CRIME SEM VIOLÊNCIA






O mesmo projeto diz que, em casos de crimes praticados sem violência, o MP poderá negociar aplicação de pena de prisão com redução de um a dois terços, ou suspensão condicional do processo. Nesse caso, o acusado deve ajudar a elucidar o crime e colaborar com as investigações.














INCENTIVO FISCAL PARA EMPRESAS






Um projeto dá a empresas privadas que contratarem presos ou ex-presos dois anos de incentivo fiscal, com redução da contribuição social em percentual ainda não definido. O contratado terá estabilidade de três anos no emprego. Ele só poderá ser demitido com justa causa. Os presos que trabalham têm o direito de ser remunerado com pelo menos um salário mínimo.














PROTEÇÃO AO JUIZ






Uma proposta de resolução do CNJ prevê a possibilidade de apreensão para venda imediata de bens do crime organizado. O dinheiro servirá para financiar o fortalecimento da segurança de juízes que lidam diretamente com processos criminais.














VIDEOCONFERÊNCIA






Por meio de resolução, o CNJ quer disponibilizar o sistema de videoconferência a todos os tribunais do país.














MEIO ELETRÔNICO






Outra resolução do CNJ e do Conselho do Ministério Público estabelece que comunicações de prisão em flagrante serão feitas a polícia judiciária e ao MP simultaneamente, por meio eletrônico.














VOTO DO PRESO






Há uma proposta de mudança de resolução do TSE que obriga a Justiça Eleitoral a instalar seções eleitorais em presídios para garantir o cumprimento do direito ao voto a presos provisórios. Deverá acontecer em instituições com mais de 100 presos desse tipo.





FERNANDO WILLIAM E BENEDITA DA SILVA - O QUE VOCÊS FAZEM NO GOVERNO ?

Tragédia do crack exposta nas ruas



Praça no Flamengo reúne viciados, que impõem medo para sustentar a dependência



O DIA

Rio - O Monumento a José de Alencar vela, quase todos os dias, o sono irrequieto e perturbador de jovens já destruídos pelo crack. A praça em homenagem ao escritor e jornalista, no Flamengo, amanheceu ontem tomada de adolescentes deitados na base da estátua, uns em cima dos outros. É lá onde muitos passam a noite depois de uma aterrorizante e triste rotina. Nas ruas do bairro, depois de atacar pedestres, a gangue corre para a Avenida Paulo VI, no Morro Azul, onde consegue pedras da droga devastadora por R$ 1.







Na Praça José de Alencar, menores passam a noite depois de consumir a droga.  Foto Fábio Gonçalves/Agência O Dia



A polícia tem intensificado o combate ao entorpecente, disseminado pela cidade e estopim da tragédia que destruiu as famílias dos jovens Bruno Melo e Bárbara Calazans, morta pelo namorado num ataque de fúria causada pela droga. Ontem, O DIA conversou com a mãe da jovem, Carmem, e com Bruno, preso na Polinter de Neves, em São Gonçalo. Enquanto o rapaz se diz arrependido, a mãe o chamou de “assassino bestial”. À tarde, em Manguinhos, agentes da Delegacia de Combate às Drogas fizeram uma das maiores apreensões de crack no ano: dez tabletes, que pesavam, no total, 10 quilos.



A proliferação de viciados nos arredores da Praça José de Alencar já impõe mudanças a moradores. “Parece que todos os mendigos e pivetes do Rio estão aqui. Minha filha estuda no CCAA e tem de fazer um caminho mais longo para não ser assaltada”, reclama a psicóloga Maria Alice Miranda, que todo dia sai de casa, na Rua Marquês de Abrantes, ao trabalho, no Largo do Machado. No caminho, ontem, deparou-se com os nove menores jogados na praça. “E tem dia que está pior”, frisa.



Comerciantes também se adaptam. Supervisor da lanchonete Subway da Rua do Catete, José Luís da Silva contratou um segurança para recuperar a clientela. “Toda noite, eles pediam dinheiro na loja. Se ninguém dava, eles se transformavam. Ficavam à espreita, prontos para roubar”. Pouco depois, uma menor acordou e, agressiva, incitou os demais a ameaçar a equipe de O DIA. Um garoto de 8 anos presumíveis era o mais alterado. “Se arranca logo daqui!!!”, gritava, esmurrando o carro.



Os 10 kg apreendidos ontem estavam num fogão de uma casa abandonada. Segundo o delegado Marcus Vinícius Braga, o material, avaliado em R$ 80 mil, seria transformado em 50 mil pedras, cada uma vendida a R$ 5. O lucro seria de R$ 250 mil. “A favela do Rio que mais sobrevive do crack é Manguinhos. É ali que está a principal cracolândia”, diz. Os cálculos da especializada indicam que 60% do consumido nas bocas de fumo dali é de crack; outros 35% são de maconha e só 5%, de cocaína.



Estado anuncia dois centros para viciados



Depois de a Prefeitura do Rio anunciar a abertura de três centros de recuperação para dependentes químicos, onde serão tratados também menores internados compulsoriamente, o governo do estado confirmou que fará o mesmo. A secretária estadual de Ação Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, disse ontem que dois novos centros com a mesma finalidade serão inaugurados até junho de 2010. Um deles será no Noroeste Fluminense e o outro, em Jacarepaguá, onde a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) já atende menores usuários de drogas.



A falta de uma unidade prisional apta a receber usuários de crack também preocupa o estado. O músico Bruno Melo, segundo o coordenador das carceragens da Polinter, delegado Orlando Zaconne, terá de ficar, por enquanto, em Neves, apesar do interesse em transferi-lo para o presídio de Água Santa. “Não temos uma estrutura de saúde na Polinter caso ele tenha algum problema relacionado à abstinência”, disse Zaconne.



‘CULPAR A DROGA É EXIMIR O ASSASSINO’

5 MINUTOS COM: CARMEM CALAZANS, mãe de Bárbara



A assistente social Carmem Calazans, mãe da estudante Bárbara Calazans, 18 anos, morta pelo músico Bruno Kligierman Melo, 26, no Flamengo, fez um desabafo contundente a O DIA. Em e-mail enviado ontem, ela o chama de “assassino bestial” e diz que o crack não pode ser apontado como único responsável pela tragédia.



1. A senhora sabia do vício de Bruno? Bárbara falava sobre isso?

Ela comentou que ele tinha passado por internações, mas que lutou e teve resultados concretos para se afastar do vício. Por isso, o incentivava a crescer, a realizar coisas na vida. Inclusive foi para isso que naquela manhã ela se dirigiu a seu prédio: para irem juntos a uma entrevista no Projac.



2. O crack ajudou a matar sua filha?

Trabalho com reabilitação social e aprendi a acreditar na capacidade de transformação do ser humano. Existem os que querem ser ajudados, que podem ser reabilitados, e outros que cometem atrocidades contra quem lhes estende a mão. Não se trata de questão exclusiva do vício, mas, principalmente, de personalidade e caráter. Culpabilizar a droga é eximir a responsabilização desse assassino bestial, capaz de repetir esse ato com quantos forem.



3. A senhora aceita o perdão do pai?

O que Bruno fez foi inominável, um profundo desprezo pelo ser humano. Não queremos desculpas, queremos justiça e que ele seja impedido de fazer isso com outros.



4.Como era a Bárbara no dia a dia e quais eram os seus sonhos?

Prestativa, carinhosa e solidária. Ela queria trabalhar como designer de moda, pois tinha muito senso estético e habilidades com pintura e desenho, além de gostar da área de moda.



‘SONHEI COM ELA E PEDI PERDÃO’

5 MINUTOS COM: BRUNO MELO, músico



Dividindo cela com outros 70 presos, o músico Bruno Kligierman Melo, que confessou ter matado a namorada Bárbara Calazans enforcada, recebeu ontem, pela primeira vez, a visita do pai, o produtor cultural Luiz Fernando Prôa. Emocionados, eles se abraçaram e choraram juntos. O encontro foi acompanhado por O DIA, que conversou com Bruno sobre a tragédia.



1. Por que você matou Bárbara?

Não me lembro como isso aconteceu. Não tinha motivos para fazer isso. Ela era um anjo. Foi a única mulher que lutou para me tirar das drogas, por isso que estou sofrendo tanto.



2. Ela brigava com você para que largasse as drogas?

Ela era incapaz de brigar com alguém. Nunca a vi sequer levantar a voz. Ela só me pedia que parasse e me olhava com reprovação. O que às vezes me irritava muito mais.



3. O que aconteceu naquele sábado?

Me lembro que Bárbara chegou à minha casa às 8h para irmos fazer um teste de figuração. Tinha acabado de chegar da noitada. Tinha bebido cerveja, caipirinha e vinho desde as 20h de sexta-feira. Estava fumando crack. Ela mandou eu parar e eu disse que não. Depois só me lembro de ter acordado e vê-la deitada no chão. Quando a chamei, vi que estava morta. O susto foi tão grande que queria me matar. Não sei como vou conviver com o peso de tê-la matado. Esta noite mesmo sonhei com ela e pedi perdão.



4. Se você encontrasse com a mãe dela hoje, o que diria?

Não teria coragem de encará-la. Ela sempre me tratou como um filho. Às vezes passava a noite toda conversando com ela. Isso não teria acontecido se não fosse a droga. Mas sei que é difícil para quem não é viciado acreditar no que estou falando.



Reportagem de Mahomed Saigg, Celso Brito e Bartolomeu Brito

Colaboraram Amanda Pinheiro, Celso Oliveira, Leslie Leitão e Maria Luisa Barros





C R I M E, A G O R A, O R G A N I Z A D O !

Facções se unem para combater quadrilha que invadiu morro no Rio






“Pacto” de não agressão inclui compra de drogas e divisão de lucros entre gangues







Mario Hugo Monken, do R7, no RioTexto:




Duas facções criminosas que comandam favelas cariocas adotaram um "pacto" de não agressão para combater a quadrilha responsável pela invasão ao morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, no último dia 17, segundo informações de investigadores das Delegacias de Combate às Drogas (DCOD) e Repressão às Armas e Explosivos (DRAE).






Policiais disseram que, com este pacto, as duas facções, que foram unidas até 2002 e depois se separaram, não atacam comunidades dominadas pela outra e priorizam as invasões ao grupo que tem como base o complexo de favelas do Alemão, na zona norte, e que atacou o morro dos Macacos. O delegado-titular da DCOD, Marcus Vinícius Braga diz que as facções não brigam pelo tráfico.






- Essas facções compram drogas juntas e dividem os lucros. Se houver brigas entre elas, é pessoal.






Na semana passada o Rio de Janeiro viveu uma semana de muita violência. Desde a invasão no Morro dos Macacos no sábado passado (17), 41 morreram em confrontos entre traficantes rivais ou entre bandidos e a polícia. Nesta segunda-feira (26), uma dona de casa de 24 anos morreu baleada na favela Kelson’s, na zona norte, durante confronto entre policiais e traficantes. A filha dela, de 11 meses, que estava em seu colo também foi atingida, mas passa bem.






O "pacto" une as comunidades da Rocinha, zona sul, São Carlos, zona central e Macacos, na zona norte, controladas por um mesmo grupo, com as de Acari, Parada de Lucas, Serrinha, Dendê, complexo da Maré [Vila dos Pinheiros e Vila do João] na zona norte, e o complexo de favelas de Senador Camará, zona oeste, que são vinculadas a outra facção. Os policiais dizem que entre essas favelas não haverá guerra.






Essa "aliança" pode ir além de um pacto de não agressão. Policiais afirmam que membros de um grupo se abrigam em favelas dos outros e já realizaram ações conjuntas, como a invasão à favela ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, zona sul, no início do ano.






As investigações indicam, porém, que as quadrilhas comandadas pelos traficantes Sassá e Celsinho da Vila Vintém, ambos presos, que pertencem a mesma facção que controla a Rocinha, ficaram de fora do acordo e estão isolados. Ambos têm rixas com os bandidos do outro grupo.






Sassá domina o conjunto de favelas do Caju, na zona portuária e os morros da Pedreira e Lagartixa, em Costa Barros, zona norte e Celsinho, a favela Vila Vintém, em Padre Miguel. Pelo "acordo", essas favelas poderão ser atacadas pelos "aliados", que não haverá intromissão. Os agentes, dizem que a ajuda só vai ocorrer caso haja tentativa de invasão por parte da facção que atacou os Macacos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

BRASIL S/A . . . RUMO A 2016

A POLÍCIA DO RIO

Comportamento








Polícia corrupta,omissa e desumana






A ação criminosa de cabo e capitão choca o País, o Estado reage com firmeza e abre guerra à banda podre da PM do Rio






Eliane Lobato e Wilson Aquino














O País todo assistiu estarrecido aos vídeos de quatro câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais de uma rua do Rio de Janeiro nos quais se veem dois bandidos assaltando e matando um homem e, ato contínuo, dois PMs roubando os ladrões - que, ao final, seguem calmamente e em liberdade.






A vítima é o coordenador do AfroReggae, Evandro João Silva, 42 anos, e a tragédia aconteceu na madrugada do domingo 18, na rua do Carmo, no centro. Se isso não fosse suficiente para atingir em cheio a alma de qualquer cidadão, duas novas informações, dadas posteriormente, completariam o trabalho.






A primeira: Silva talvez pudesse ter sido salvo, já que ainda se movimentava quando a viatura policial passou e não prestou socorro. A segunda: um dos policiais é capitão e sua função era justamente fiscalizar os PMs que trabalhavam naquela região naquela madrugada. A reação do governo e do comando da PM foi firme e imediata. Os policiais envolvidos são o capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Salles, e ambos já estão presos administrativamente.






Os assassinos continuavam foragidos até o fechamento desta edição, na sexta-feira 23. O cadáver de Silva foi sepultado no cemitério do Caju. Agora, são só lágrimas: a família dele chora, os integrantes do AfroReggae choram, e até outros bandidos em presídios manifestaram tristeza e comoção. Silva desenvolvia o projeto Rebelião Cultural para os carcerários em Bangu II, III e IV.






A sociedade, de modo geral, também está de luto e se indigna. A reação do governador Sérgio Cabral não foi diferente de qualquer outro cidadão. "Vagabundos! Safados!" foram alguns dos termos usados por ele para extravasar sua revolta. Partiu do governador a decisão de demitir o relações-públicas da Polícia Militar do Rio, o major Oderlei Santos, que classificou o episódio de mero "desvio de conduta". Cabral disse que "ele se comportou como um advogado de defesa de policiais" e reagiu com veemência: "Isso eu não admito.






Há registros contundentes de um mau comportamento de um capitão e policiais militares, mas temos a grande maioria combatendo o crime, dando as suas vidas." Sobre os PMs criminosos, o governador disse o que todos esperavam ouvir: "Têm que ser banidos da corporação e responder criminalmente pelo que fizeram."






O horror gerado pelo fato registrado nas câmeras, segundo a psiquiatra Vera Lemgruber, provoca apatia, sensação de desânimo, inutilidade, desamparo, incapacidade de reação - os sentimentos são individuais, mas o fenômeno é coletivo.






"Essas sensações podem levar à depressão e se alastrar para outras áreas da vida, como a profissional e a pessoal", diz ela. A longo prazo, o efeito catastrófico se pulveriza na "certeza" de que "nada adianta" e de que ninguém presta.






Ação e habilidade para lidar com o caso é o que pede o coordenador-executivo do grupo AfroReggae, José Júnior. À ISTOÉ, ele disse que tudo o que vimos até agora pode ser apenas a ponta do iceberg. "Um capitão não iria se sujar por uma jaqueta e um par de tênis. Quando os policiais achacaram os bandidos, só um criminoso é liberado.






Cadê o outro? Isso deu a entender que os PMs soltaram um deles para arrumar dinheiro. Seria uma espécie de pagamento de resgate", raciocina ele. O chefe do Ministério Público do Rio, procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes, pede pena de latrocínio para todos os envolvidos, tanto os policiais militares quanto os bandidos. "Merecem uma condenação por latrocínio, como dispõe o Código Penal." O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Luiz Zveiter, fala sobre a possibilidade de uma parceria imoral entre os policiais e os bandidos.






"Parece que foi coisa de encomenda. A impressão é de que os policiais sabiam que o fato ia acontecer e foram coniventes." A conivência, para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Margarida Pressburger, é um conceito que tem de ser repensado por todos.






"A sociedade é conivente quando dá um dinheirinho para o policial que a flagrou num delito de trânsito, por exemplo, para escapar de uma multa. Conheço gente que faz isso", diz. Margarida lembra que não se pode culpar todos os policiais pelos atos criminosos de alguns.






"Recebo denúncias de PMs que invadem barracos em favela para roubar e recebo, também, elogios para outros policiais que protegem esses mesmos cidadãos." Em depoimento na delegacia, o capitão Bizarro negou a omissão de socorro. Cínico, alegou que não percebeu o corpo da vítima estirado na calçada. Quem viu as imagens dezenas de vezes, como o líder do Afro- Reggae, José Junior, não aceita a tese.






"A câmera mostrou os bandidos fugindo tranquilamente com as coisas do Evandro e 17 segundos depois chegou a viatura. Evandro foi baleado e ficou caído numa calçada pequena. Ali é apertadinho não tinha como os PMs não vê-lo. Ele estava vivo ainda, se mexendo", disse José Junior. Para o antropólogo Gilberto Velho, o horror exibido pelas câmeras não é novo - "vem de décadas" -, a novidade é a prova do crime gravada.






E aponta o que defende como solução: "Reforma da polícia, ouvidoria externa e independente, acabar com a fusão entre polícias civil e militar, melhorar os salários e oferecer treinamento regular." É uma pena que nada, entretanto, poderá aliviar a dor de Inácio João da Silva, 75 anos, pai de Silva.






"Se eu estivesse cara a cara com o chefão da polícia, queria pedir para ele pôr os culpados na cadeia, para eles mofarem lá. Não em prisão administrativa. Policial que faz isso é mais bandido do que os bandidos. Disseram que não viram o Evandro, mas a jaqueta e o tênis eles enxergaram bem. Agora, só nos resta pedir justiça", diz






Colaborou Renata Cabral