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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

DIREITOS HUMANOS . . . HUMANOS DIREITOS

Imagens mostram fim de sequestro de menina de 6 anos



O documentário 'Sequestro' , de Wolney Atalla, mostra a angústia de parentes e os bastidores das operações de resgate das vítimas.














Imagine o que é acompanhar, durante quatro anos, o dia-a-dia da ação da polícia no combate a seqüestros. A tensão, o medo, a angústia, a coragem, os momentos de dor e os momentos de alegria. O trabalho resultou num documentário com cenas impressionantes que você vai ver agora.






“Ficamos de 2006 até 2009 junto com a polícia filmando”, explica o diretor do documentário Wolney Atalla.






O nome do documentário é "Sequestro". Em 96 minutos, mostra a angústia de parentes e de vítimas desse crime hediondo. Pessoas que ficaram até 87 dias longe de casa, num cativeiro, sofrendo todo tipo de ameaça.






“Houve umas quatro vezes em que eu achei que eles iam me matar, me cortar e me colocar num saco plástico. Cheguei num ponto de me enforcar, mas não tive coragem”, revela um homem feito refém.






“Nada foi recriado, nada foi montado para o filme. A gente nunca pediu para a polícia regravar uma cena ou para estourar um cativeiro de novo. Tudo que está no filme realmente aconteceu”, observa Atalla.






A equipe do documentário acompanhou o trabalho da Divisão Anti-Sequestro, da Polícia Civil de São Paulo. A pedido do diretor, o Fantástico não vai identificar algumas pessoas que aparecem no filme.






Em um dos casos, foi possível registrar desde o primeiro dia em que um empresário foi sequestrado e a família pediu ajuda à polícia.






Esposa do empresário- Nossa, é muito difícil.


Delegado – É difícil, mas a senhora vai superar.


Esposa do empresário - Se Deus quiser.


Delegado - Vai ter que superar, porque eu preciso da senhora forte.






O delegado orienta o filho do empresário sobre a negociação com os sequestradores.






“Muitas vezes é bom você se emocionar. Isso não é ruim. Às vezes, é prejudicial quando a pessoa é muito fria. Porque o criminoso está esperando desestabilizar você”, explica o delegado.






“Nós passamos 30 dias na casa deles, filmando as negociações junto com os sequestradores, que é uma coisa inédita, que até hoje eu nunca tinha visto”, ressalta o diretor.






“A família entra num estado de choque tão grande que a presença da câmera ali para ela era indiferente. Elas não prestavam atenção. Essa que era a verdade”, diz o cinegrafista Dario Dezem.






Depois de 28 dias do início do sequestro, um flagrante: o momento em que o criminoso liga para a família, exigindo o pagamento do resgate.






Filho da vítima - Alô.


Sequestrador- E ai? Já levou o meu dinheiro na Barra Funda?


Filho- Não, cara. O dinheiro está no banco, cara.


Sequestrador- Eu vou jogar o telefone no meio da rua e vou lá matar ele.


Filho da vítima- Pelo amor de Deus. Não faz isso.


Sequestrador- Cadê o dinheiro?


Filho da vítima- Está no banco.


Sequestrador- Você está me estressando já, rapaz. Cadê o dinheiro?


Filho da vítima- Ele está no banco, pelo amor de Deus.






Repare: depois que o rapaz desliga o telefone, fica claro que ele estava seguindo o conselho da polícia de demonstrar nervosismo e emoção.






Sequestrador- Firmeza? Falou, filho.


Filho da vítima- Eu não consigo. Eu não consigo. ( desliga o telefone ). Eu não quero mais falar com você!


Policial -Ele quer perturbar, ele quer forçar mesmo para você falar, você ceder. Dá uma água para ele, um negócio. Segura, está acabando. Essa pressão faz parte do final do jogo. Toma um negócio, tranquiliza.






“Esse policial acaba se tornando quase um membro da família. Tem que ser uma pessoa calma, para não despertar ansiedade excessiva na família”, explica o delegado Carlos Castiglioni.






“A pergunta que eu sempre fiz pra esses policiais é: ‘por que vocês fazem isso?’ Pelo dinheiro, não é. Quando eles abrem uma porta, um buraco e tiram essa vítima que está sofrendo de dentro, para eles é a realização do trabalho. É um momento de felicidade mesmo”, revela Atalla.






Um homem ficou no cativeiro durante 10 dias.






“Eles iam me matar”, afirma o homem, chorando.






As imagens, agora, são de outro caso. Primeiro, a polícia prende um acusado. Depois, o delegado fala, por telefone, com o bandido que planejou o crime: um preso que está na cadeia, no interior paulista.






Delegado- Quero a vítima na rua. A casa caiu.


Bandido- Eu sei que vocês trabalham também. Mas nós aqui é profissional também, entendeu?






Os sequestradores acabam soltando a vítima: um senhor, de 82 anos, diabético, que ficou 42 dias no cativeiro. Quando a polícia o achou, ele já estava num bar, comendo um lanche.






“Triste é saber que os líderes da quadrilha não podiam ser presos porque eles já estão presos. Eles trabalham de dentro da penitenciária, há muito mais de 10 anos, com total tranquilidade. Não dá para prender quem já está preso”, lamenta o genro da vítima.






O documentário também mostra o fim do sequestro de uma menina, de seis anos. A criança é encontrada debaixo de uma cama.






“Quero ir para casa”, diz a menina feita refém.






A babá da menina faz parte da quadrilha.






“A funcionária tinha uma ligação com um bairro de São Paulo, que na época era muito conhecido em sequestro, chamado Cidade Tiradentes”, diz o delegado.






Policial - Você trabalha para família?


Babá- Trabalhei.


Policial - Você trabalhou quanto tempo para eles?


Babá- Um ano e oito meses.






“Eles iam matar a menina e a polícia conseguiu estourar o cativeiro bem antes disso”, lembra Atalla.






O filme - que foi finalizado esta semana - também revela o desfecho trágico de um sequestro, mesmo com o pagamento do resgate. A polícia descobriu que a vítima, uma mulher descendente de japoneses, foi morta e enterrada no quintal de uma casa, na Zona Leste de São Paulo. Um dos sequestradores conta - tranquilamente - como foi o crime.






“Ela morreu estrangulada, com uma chave de braço. Ai ela morreu e enterramos”, relata o criminoso.






“Foram quatro anos e muitas noites sem dormir, muitos pesadelos que a gente teve, não só eu, mas vários membros da equipe de filmagem. Teve um que saiu de São Paulo e teve que morar no Rio de Janeiro porque não conseguia mais morar aqui”, explica o diretor do documentário.






Um crime que assusta e revolta até a mãe de um sequestrador.






Mãe do sequestrador - O que você fez com a vida da gente? Você já pensou se alguém pega um filho teu?


Sequestrador- Mas eu não peguei nem um Real disso ai.


Mãe do sequestrador- Mas não é um Real, Duda. É o que você fez.


Sequestrador - É, eu sei






O bandido foi preso em casa, perto dos filhos pequenos, acusado de participar do sequestro de um adolescente de 16 anos.






Sequestrador (de dentro do camburão)- Te amo.


Mãe do sequestrador- Eu também te amo, filho. Mas você é um burro. Por que você tinha que fazer isso?






“Em outubro de 2002, foram, 68 casos. Foi o ápice dos sequestros, logo que foi criada a divisão. De lá pra cá, só vem caindo o número de sequestros, vem despencando ano a ano”, afirma o delegado Carlos Castiglioni.






Hoje, duas pessoas são mantidas reféns por quadrilhas no estado de São Paulo.


Para combater e investigar esse tipo de crime, a Divisão Anti-Sequestro tem 60 investigadores e cinco delegados. Esse grupo é um dos mais preparados da polícia paulista.






Um delegado, que aparece no documentário, é um dos mais jovens da equipe. Aos 35 anos, fala, com orgulho, do trabalho que realiza desde 2004..






“Quando você liberta uma pessoa, traz ela de volta, você tem a sensação assim: ‘eu mudei a história daquela família’. Então, você passa a ser lembrado. Pelo resto da vida dessa família, eles vão se lembrar de você”, comenta o delegado Rafael Corrêa Lodi.






O Fantástico também conversou com uma das vítimas sequestrada em 2005. “Depois do sequestro, eu engordei 30 quilos”, relata no documentário.






Agora, um ano e quatro meses depois dessa gravação - ela diz que está bem melhor.






“Eu estou praticamente curada. Noites que eu durmo mal, eu compenso depois. Mas nunca mais passei noites em claro”, comemora.






“Tem pessoas que não ouvem mais televisão, não dormem mais, não saem de casa, não acendem a luz de casa”, afirma o diretor do documentário.






O documentário "Sequestro", do diretor Wolney Atalla, estreia esta semana no Festival de Cinema do Rio de Janeiro.






“Eu acho importante que se saiba o quão hediondo é o crime de sequestro. é uma familia inteira que é vítima”, observa a mulher que foi sequestrada.






“O filme vai ser uma maneira fantástica de você ver aquilo que você foi, aquilo que você fez. E isso me orgulha não como policial, mas como homem”, afirma o delegado Rafael Corrêa Lodi.






“Eu não consigo avaliar o meu pico de felicidade no dia que a polícia entrou e falou que era polícia”, lembra um homem feito refém.






“O momento de emoção é quando você consegue falar com a sua família. Você dá um sinal de vida”, diz uma mulher feita refém.





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