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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CRIME DO ESTÁCIO, REPERCUTE


VIOLÊNCIA


Polícia militar em xeque


Estudiosos pregam punição e nova mentalidade para reduzir crimes praticados pela corporação


Renata Mariz

Os dois policiais acusados de sequestrar, roubar e molestar uma vendedora no Rio de Janeiro tiveram a prisão temporária de 10 dias decretada ontem. Rodrigo Nogueira Batista, 30 anos, e o cabo Marcelo Machado Carneiro, 40, passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML) antes de seguirem para o Batalhão Especial Prisional, onde aguardarão a conclusão do Inquérito Policial Militar.


Em menos de dois meses, esse é o terceiro caso de PMs cariocas envolvidos em crimes graves. O episódio mancha a imagem já desgastada da corporação, ao mesmo tempo em que divide a opinião de especialistas sobre o que deve ser feito para coibir a inversão de papéis entre polícia e bandido.


Vera Malaguti, secretária-geral do Instituto Carioca de Criminologia (ICC), aponta o comportamento criminoso como consequência do próprio cotidiano do policial.


“Existe uma comunicação entre esses atos bárbaros e a formação do agente, o que a sociedade cobra dele e o seu dia a dia. O que esperar do policial que tem como rotina entrar na favela, matar, arrastar corpos?”, questiona a especialista.


Para Vera, é preciso que a polícia carioca abandone a filosofia de guerra. “É uma forma de trabalho que transforma os policiais em bichos soltos, como os combatentes dos Estados Unidos que saem da guerra como psicopatas”, diz.


Professor do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ignácio Cano discorda da ideia.


“Não se trata de um crime de desequilíbrio, em que o policial atira sem motivo e mata dez pessoas.


Estamos falando de desvios pontuais, com motivações bem definidas”, afirma o sociólogo.


Na avaliação dele, uma primeira medida para evitar os crimes entre policiais seria fortalecer as corregedorias e ouvidorias.


“São estruturas muito pequenas para o tamanho do problema que precisam enfrentar. Não há gratificação, formação ou plano de carreira para quem trabalha nesses órgãos”, diz Cano.


Outra providência, segundo ele, seria melhorar o treinamento, a remuneração e aumentar os requisitos para ingresso na carreira — que hoje é o ensino médio em praticamente todos os estados.


Na noite de sexta-feira, uma vendedora de 21 anos diz ter sido abordada no centro do Rio por dois policiais militares e obrigada a entrar no carro. Eles exigiram dinheiro para soltá-la.


Ela conta que entregou os R$ 1,7 mil que tinha na bolsa. Em uma estrada afastada, no Parque Nacional da Tijuca, ela teria sido molestada sexualmente e baleada no rosto.


A jovem ainda teria caído de uma ribanceira de nove metros. A vendedora foi encontrada por um ciclista e levada a um hospital. Na delegacia, reconheceu os PMs.


Em outubro, o soldado Diego Luis Carvalho Varanda, 23 anos, foi preso após roubar pedestres e trocar tiros com colegas de farda em um carro roubado.


Um caso recente mais notório, também em outubro, foi o de dois policiais que pegaram os pertences do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, baleado momentos antes por dois assaltantes no Rio.


A vítima agonizou e morreu no local, sem receber ajuda dos agentes. Acusados de prevaricação e furto qualificado, Dennys Leonard Nogueira Bizarro e Marcos de Oliveira Sales estão presos.

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