A GUERRA DO RIO: Diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal rebate críticas de Beltrame
Polícia continua operações para sufocar facção
O GLOBO
A estratégia da PM de sufocar a facção criminosa responsável pela tentativa de invasão do Morro dos Macacos no último sábado ganhou ontem o apoio da Polícia Civil. Juntas, as duas forças deflagraram ontem mais um dia de operações em vários morros da cidade. Somente a PM realizou seis incursões durante a tarde.
Na Cidade Alta, em Cordovil, policiais do 16º BPM (Olaria) prenderam dois homens acusados da tentativa de invasão do Macacos, na qual traficantes derrubaram a tiros um helicóptero. No local foram apreendidos 223 trouxinhas de maconha, 362 sacolés de cocaína, 68 pedras de crack, 19 bolinhas de haxixe e uma pistola 765.
Na Vila Cruzeiro, monitorada constantemente pela PM para prender o traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, acusado de organizar a invasão, traficantes usaram radiotransmissores para fazer ameaças. Uma delas avisava que havia pelo menos duas metralhadoras antiaéreas apontadas para a rua principal de entrada da favela.
No Jacarezinho, cerca de 30 agentes da Core foram recebidos a tiros, mas até a noite não havia informações sobre feridos. Em seguida, o grupo, usando dois veículos blindados e dois helicópteros - um deles blindado -, foram para a Mangueira, onde a situação ficou tensa. Houve intensa troca de tiros. Moradores reclamaram do horário em que foi feita a ação. A polícia chegou ao morro às 16h, quando muitas crianças estavam voltando da escola.
Dois corpos foram deixados de madrugada em frente ao Hospital Getúlio Vargas. Mas a PM ainda não os incluiu na lista iniciada sábado. Oficialmente, desde então, são 27 mortos em confronto; três vítimas inocentes; três PMs mortos; 41 bandidos presas; 31 armas e cinco granadas apreendidas.
O delegado Roberto Ciciliati Troncon Filho, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, rebateu ontem as críticas feitas pelo secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame. Troncon disse que a PF tem a missão de apoiar as polícia do Rio estrategicamente, na troca de informações e em operações pontuais:
- Beltrame estava nervoso e, com certeza, deve ter se arrependido do que disse. Se, apesar de ter a informação de que haveria uma tentativa de invasão ao Morro dos Macacos, ele não conseguiu obstruir todos os acessos à favela, como a PF, que tem que vigiar uma fronteira centenas de milhares de vezes mais extensa que a daquela comunidade, poderia fazê-lo?
Cada um tem que assumir a sua responsabilidade.
Cada um tem que assumir a sua responsabilidade.
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